Por um único verso,
o meu universo.
Verso reverso,
de gêneros inversos,
côncavo e convexo,
por onde gravito leve...
Sou presa sua
de captura suave,
de desejada tortura,
capitula.
O dia versa
por esquinas e ruas.
À noite, versos.
Me abrigo no oposto de nossos egos
em seu jardim secreto,
onde é permitido ser,
onde sou sua flor,
sua linda,
seu amor.
Onde sou sua mulher,
sua fêmea,
o que você quiser.
Onde você é o meu Universo,
um imenso jardim em flor,
meu único intento de amor.
E então,
talvez outra ou mais uma vez,
o dia vire noite de estrelas e lua cheia,
de som de mar,
de onda que lambe pedra,
que sussurra em meu coração,
e converte meu peito em ar,
flutuar...
E então outro dia,
quem sabe mais uma vez,
você cante pra mim
e mareie meus olhos de noite
com a lembrança dos seus de mar.
Vento,vento,
dança ao batuque do tempo
bulindo com as palmeiras,
e você bulindo comigo,
no ritmo dos nossos impulsos
que pulsam até por desejo.
O tempo foge,
o Sol já se pôs
riscando o ontem à fogo
traçando horizontes... Lindo!
E você ali,
enlaçando a minha cintura.
O Sol foi dormir em azul marinho...
Divino!
E você ali,
me alimentando de você,
do seu cheiro,
dos seus beijos,
do seu desejo...
Segundo a segundo
as horas passam,
as noites se vão,
e eu só querendo você.
Com sóis ou luas,
mesmo longe do mar,
a qualquer hora,
em qualquer lugar,
eu só penso em você.
Meu Universo,
único verso que quero ler,
único verso em flor,
um Universo inteiro só de amor.