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Sabe, nunca entendi muito bem o significado religioso da Páscoa, como sendo a glorificação de Cristo, decorrente da sua ressurreição.
As histórias que me contavam se perderam no tempo e, o que delas restou em minha memória, parecem fragmentos de contos medievais, onde cavaleiros do calibre de Lancelot dividiam festivamente pães e vinho em nome de seu único herói e senhor, morto em batalha longínqua em tempo e em espaço. Talvez algo como uma lenda sobrenatural sobre guerras, cruzadas e infindáveis estratégias para a proteção do tão misterioso Santo Graal.
Em minha imaginação, recorrentemente em todos os tempos e lugares ressurgem em cada um de nós, ano após ano, Arthures e Guineveres com o Espírito Santo da fé, da lealdade, da justiça, do desafio à lógica estabelecida, do respeito ao próximo, da confiança mútua, do amor incondicional, da beleza, da força, da garra e da delicadeza.
Nesta páscoa divido com você esses meus devaneios e visões. Fantasia ou memória, não sei... Pouco convencionais como a nossa comunhão.
A minha Páscoa é a sua atitude, o seu olhar, o seu sorriso, a sua mão estendida me oferecendo segurança, os seus braços abertos em sinal de abrigo, a sua atenção me fazendo lembrar que sou um ser humano, o seu sexo me lembrando que sou uma mulher.
A minha páscoa é me sentir alguém para você, por você.
Minha Páscoa a você é me oferecer à sua doçura.