XXIX

To my best friend.

Sabe, nunca estive em ti
em detrimento de alguém.
Sempre fui por ti
em provimento a mim,
a nós.

Jamais evoquei outro corpo
quando do teu me alimentei.
Teu gosto é posse que cala,
quando já não há mais o que falar,
só transmutar!

Vento e silêncio,
ciano no céu da boca,
suor de mato chuviscado
relento, incenso
e, mais uma vez... silêncio!

Sempre fui a ti
apenas para prover,
sem escolher a quem.
Aos que mais amo
e aos que nem odeio mais.
Já que o nós
é a minha mais fervorosa oração.

Só queria que você soubesse.
Obrigada por me ensinar a rezar.
Boa noite,
um beijo doce no canto da tua boca.
Silêncio.