Tudo podia, mas nem sempre.
Tudo pedia, mas a distância parecia grande demais.
Um espaço demasiadamente pequeno e, mesmo assim, supremo para os meus fracos ossos.
O cadastro fora esquecido anexo a um mísero copo d’água e o registro ficara por conta de incontáveis gaivotas a flutuar imóveis sobre um mundo abissal.
O plano de vôo sobre as ondas do rádio logo ali à mão, incluía estações do ano passado e um céu matinal de brigadeiro.
A fortaleza cenográfica baseava-se sobre montanhas de peixes apavorantes e, ao mesmo tempo, de tamanha fragilidade, quase a expelir pelas guelras sentenças divinas, sutis como infância em abrigo de guerra.
Diante disso reservo-me então o direito de sentir-me só, de mergulhar naquelas montanhas de peixes horrendos, de entrar na fortaleza a vasculhar minha memória, de recolher-me em minha divindade e procurar, enfim, a luz que vi pelo buraco da fechadura.
Obrigada pelo tapa na cara, pela lição de vida.
Sereias atraem e matam.
Faróis advertem e conduzem.