XCIII

Minha poesia é rara,
assim como é raro o prazer.

Minha poesia sempre iguala
amargo a doce.
Brincadeira!

Minha poesia exala
a essência que envolve você.

Minha poesia é rasa,
inversamente proporcional à vontade de viver,
ao medo de envelhecer,
à pressa por me perder,
ou me achar,
à necessidade de pertencer,
à insanidade...
à paixão.
Quanta loucura!

Minha poesia só se cala,
quando o medo me domina
e sempre renasce por amor ou ódio.
Nunca por indiferença.

Minha poesia me exime
de qualquer jogo de poder.
Pois minha alma é pura
e, se não fosse, seria,
só pra te merecer.