Nem toda carne é singular,
a sua é plural.
Nem todo olhar pode.
O seu sim:
ora docemente,
ora indecente.
Nem toda boca é verbo.
A sua substantiva a saliva quente,
língua, lábios e dentes.
Nem toda alma reverbera,
a sua sim.
Singular!
Nem toda a esperança seria,
caso convite não houvesse,
caso nossos olhos não se entendessem,
caso o plural não singularizasse
particularidades tão específicas,
fatos tão distintos
de uma história arrebatadora.
Essa existência não bastará.