Mulheres do vício
não envolvem recém nascidos em cueiros.
Embrulham em jornal,
como abacate verde,
pra madurar mais rápido.
Enrolam o frágil com a brutalidade,
o inocente com a maldade,
o crente com a desconfiança,
o sonho com a dura realidade.
A brancura do corpo novo
com papel reciclado, pardo,
coberto por tinta negra, fedida, tóxica,
que envenena com o que chamam de fatos da vida.
O passado é lixo;
o presente, inércia;
o futuro, o horóscopo determina.