LXI

Perdi a forma, já não sei como retornar sem asas.
Sobre montes de pecados, contornando rios, humores, redemoinhos, clarabóias e labirintos, amores, marés de desalento ou glória, dias, semanas, séculos... procuro a lua, a sua. Procuro o sol, o seu.
E o som daquele acordeão acompanha o meu coração, sempre.
Tecla a tecla, vislumbro suas lembranças a dedilhar poemas singelos ora desafinados, ora desajeitados e, no entanto, encantados. Perfeitos!
A escada que desci naquele dia, ao meio dia, tinha 49 lances de 365 degraus, 5 horas e 45 minutos cada. No final do percurso, ao abrir a última porta, avistei quatro outras distintas.

1º capítulo
A porta invisível do quarto branco.

2º capítulo
A porta difusa do quarto dourado.

3º capítulo
A porta orgânica do quarto azul.

4º capítulo
A porta do quarto vermelho...

Epílogo
Quero subir todos os degraus outra vez, mais uma vez.
Falta-me tempo, ciência e a sua mão.
Sei que termino o percurso entidade.
E você continua Perfeito!