XXV

Mesmo antes de qualquer preceito hebreu ou cristão, “páscoa” denominava os festejos que antecediam a chegada da primavera.
Feche os olhos e imagine-se naquela época por alguns momentos...
Extensas campinas verdes, árvores carregadas de frutos, todos os seres em perfeita comunhão. Uma época ingênua em que pássaros não conheciam gaiolas, as flores adornavam apenas os campos, os homens caçavam apenas para comer e as mulheres podiam confiar seus filhos. Tempos em que Sol e Lua, deuses supremos e inquestionáveis, proviam calor e luz. Tempos em que não existiam Jesuses com ideologias tão diversas ou tantas denominações Marianas funcionalmente doutrinárias.
Ontem fui ao seu encontro naquele tempo em que cada momento era uma incógnita, uma surpresa, uma descoberta, assim como são todos os nossos momentos onde, em seus braços, posso me dar ao luxo de ser apenas uma mulher e você nos meus, apenas um homem: o melhor que já conheci.
Festejei em você a minha Páscoa, a minha ressurreição, a vida em mim. Festejei em você o amor mais puro que já dediquei. Festejei em você a minha alma que transbordou de ternura ao encontrar o seu olhar.
Andamos de mãos dadas por campos floridos, você adornou meus cabelos com lavanda e jasmim, eu lhe servi mel e amoras, mergulhamos e contamos juntos mundos, conchas, pérolas, planetas, cometas, peixes, estrelas, corais... Transcendi, resgatei a fé e, mais uma vez, fui muito feliz.
Que nessa Páscoa e em todas as outras Deus esteja com você, iluminando o seu caminho e retribuindo a força que generosamente você reparte com todos ao seu redor.
À sua alma sempre rebelde, gentil, vasta e apaixonada, dedico o tudo, com todo o meu amor.