Não há uma palavra que explique
ou alguma que não se explique.
A fusão assim se expressa:
ao corpo, réu confesso,
falta a lógica, o nexo.
Contra todo e qualquer argumento
apenas cede à sede do sexo.
Única e tão somente ao seu doce sexo.
Nesses momentos nada deveria...
Neles a simplicidade desarma o complexo,
abstrato demole concreto,
opostos não existem
e o encaixe é perfeito!
São momentos em que devaneios revelam,
desligam elos aparentemente tão importantes
para que toda a verdade venha à tona.
E então, nada deveria... nada!
Apenas nus, apenas nós,
inteiramente despidos de tudo
como, aliás, abençoadamente sempre acontece.
A rima falha, não mais molesta
e a liberdade se impõe ao caos,
pelo simples encadeamento paradoxal
das revelações e das certezas
do agora, dos ontens e talvez dos nuncas.
Vez por outra preciso reformular o nunca
antes que se torne jamais
ou daí, nunca mais. Nunca mais!
Já não importa.
Afinal, quantos jamais vivi!
Desde você, nem jamais estanca a minha fome de viver.
Quero mais, muito mais.
Nunca jamais à minha fome de você.
Dou-lhe mais, muito mais...
A D O R O alimentá-lo.
Entre vida e morte,
inícios de nossas jornadas,
o acordar em silêncio,
o silêncio de dormir
e a real possibilidade de nascer, florir,
semear e colher.
Obrigada por me parir, despertar,
semear e acolher.
Quero beber na sua fonte
só pra saber o gosto que você sentehoje, agora, sempre.